sábado, 28 de janeiro de 2012

EDUCAÇÃO PARA O FUTURO

"Eu sou um intelectual que não tem medo de ser amoroso, eu amo as gentes e amo o mundo.
E é porque amo as pessoas e amo o mundo, que eu brigo para que
a justiça social se implante antes da caridade."
Paulo Freire


A educação brasileira melhorou muito nos últimos anos, mas continua uma catástrofe. Bons exemplos estão espalhados por vários lugares, mas a falsidade de uma aparente “educação para todos” cria ilusões acerca dos caminhos necessários para a conquista de novos patamares.
Mais do que acesso é preciso que os interessados na discussão perguntem-se “quais os conhecimentos, valores e habilidades necessárias para o fomento de uma educação empreendedora e sustentável?, que processos educacionais podem ajudar a construí-los?”
Se desenvolvimento sustentável é ser solidário com as gerações futuras, não há solidariedade maior do que a de prover crianças, jovens e os que ainda virão ao mundo de saberes necessários para a construção de uma nova realidade mais empreendedora, justa e responsável.
Não tenho dúvidas quanto ao fato de a juventude ser a geração estratégica na transição de modelos civilizatórios. Foi assim durante toda a história e ao falarmos em educação, precisamos deixar para trás alguns padrões arraigados numa sociedade educada nas estradas da cartilha “Caminho Suave”.
Apesar de não ser mais o método "oficial" de alfabetização dos brasileiros, a cartilha de Branca Alves de Lima concebida em 1948 ainda vende cerca de 10 mil exemplares por ano. Mesmo que o “b” continue na “barriga do bebê”, precisamos de novos modelos educacionais. Velhos paradigmas devem ser rompidos.
Precisamos nos reconhecer como seres humanos - seres que em espécie são iguais entre si. A dicotomia entre educação particular e educação pública, presente em toda a América Latina, não leva à construção da sociedade que precisamos. Na verdade, esta divisão provoca fraturas indesejáveis. Quebra alicerces do futuro!
O imperativo ético de uma nova educação passa por inclusão, igualdade e reconhecimento de que uma possível colaboração intersetorial elevará os níveis reais da educação brasileira. Recursos do setor privado podem ser aplicados de forma suplementar ao setor público (basta conhecer o exemplo do movimento Todos pela Educação), organizações da sociedade civil podem incrementar conteúdos didáticos, pais podem assumir uma nova forma de participar do espaço escolar, professores devem ser valorizados.
Devemos lutar por um único sistema educacional, de alta qualidade, não importa por quem seja administrado. Quando todos direcionam o holofote a um único foco é bem mais fácil atingir melhores resultados.
Uma educação que contribua para a sustentabilidade e para o empreendedorismo precisa ter seu conceito encarado como valor oferecendo contexto além de livros. Ou ensinamos além dos currículos tradicionais de matemática e geografia ou perecemos.
A vontade de ser independente, de ser protagonista, é essencial para que alguém possa desenvolver as competências necessárias para uma nova economia. Experiências como vender sanduíches na escola, fazer artesanato de material reciclável, trabalhar no comércio na época das férias fazem parte de um conceito de educação para o trabalho. E não se esqueça da prática de esportes. Além dos benefícios físicos que proporcionam, esportes estimulam a sociabilidade, mostram o valor da persistência na conquista de resultado, ampliam a capacidade de liderar equipes e de trabalhar com paixão. Sem contar que possibilita o desenvolvimento de um sentido de competitividade saudável.
Não basta acompanhar livros e cadernos, amplie o contexto com atividades educativas que proporcionem uma relação positiva com o trabalho, valorizem o esforço e a conquista pessoal, além de criar uma noção de responsabilidade e independência financeira.
Às vésperas das volta das aulas, procure novas alternativas para os velhos padrões! Afinal, não podemos esperar pelas mudanças se continuarmos fazendo tudo sempre igual, certo?!?

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